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100 coisas a fazer antes de chegar aos 100 anos!

Uma fusão de bucket list a atirar para o futuro com um grupo de memórias desgarradas do passado e um polvilhado aleatório de acontecimento do dia a dia.

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Uma fusão de bucket list a atirar para o futuro com um grupo de memórias desgarradas do passado e um polvilhado aleatório de acontecimento do dia a dia.

DIE - Dark Immersive Experience ou Dark, Intense and Erotic?

João Eating the World!, 02.02.25

 Visitar 20 espetáculos interativos de terror [1/20]

Uma das minhas maiores virtudes, e que muito me alegra dar destaque central em qualquer CV, é o facto de ser teimoso como uma porta, mas uma daquelas portas empenadas e chiadoras. Acho que me dá carácter e um toque irresítivel de charme, além de me tornar numa pessoa impossível de lidar quando imbico numa direção. Por isso é que quando, poucos dias após a minha segunda operação à coluna, decidi ir ao DIE - Dark Immersive Experience, a nova produção do Projeto Casa Assombrada, não houve quem me conseguisse demover.

Em minha defesa já tinha recebido o bilhete há imenso tempo porque era a prenda que tinha pedido para o meu dia de aniversário, e não era a porcaria de uma hérnia e de um pé de abano que me iam condicionar a celebração dos meus 38 anos. Mas como, de vez em quando, sou uma pessoa consciente, falei primeiro com o pessoal fofo do Projeto Casa Assombrada e perguntei se não haveria obstáculos no caminho porque depois da cirurgia tinha ficado com dificuldades de locomoção e um equilíbrio periclitante, e se por um lado não me queria esbardalhar todo no meio do percurso por outro também não queria estragar a experiência do pessoal que estivesse no meu grupo.

E foi neste momento que eu me devia ter lembrado que o mundo é um local muito subjetivo, e o que é uma refeição maravilhosa para uns pode ser dois dias sentados na sanita para outros. Ah e tal, que não vai haver problema nenhum, que não existem obstáculos no caminho, que como a experiência é totalmente às escuras agarrado a uma corda o percurso também é atravessado muito devagarinho, que posso vir sem problema algum. Quando cheguei voltei a referir que estava manco, e disseram-me que até já tinham tido uma pessoa só com uma perna a fazer a experiência, o que me fez pensar que pronto, eu estava mais parecido com a minha mãe do que queria admitir e estava-me a preocupar em demasia.

Sejamos honestos, não me arrependi nada de ter ido e voltava a ir sem pensar duas vezes, mas desde quando é que ter de atravessar um túnel de gatas não é considerado um obstáculo? Ou uma pessoa ter que no meio do escuro se sentar e voltar a levantar agarradinho aos colegas de corda é algo fácil para quem não sente metade da perna? Ou ser arremessado para outra sala por um membro do staff por estar a andar em velocidade de caracol é exequível para quem não consegue correr? A minha sensação é que o percurso era para ser feito com uma perna às costas, por isso nem quero pensar como é que foi a experiência para a pessoa que só tinha uma...

A permissa do DIE era a de ser a primeira experiência imersiva em Portugal com áudio a 360º, onde a pessoa vai ouvindo uma história e recebe ordens enquanto se tenta orientar na escuridão total através de uma singela corda, assim meio áspera para mãos de donzela como as minhas, e pelo meio é confrontado com pessoas a pregarem sustos e a tentarem soltar-nos gritos das entranhas. Ora a premissa era fantástica, mas o facto dos auriculares terem uma luz azul fazia com que uma pessoa não estivesse verdadeiramente na escuridão total, o que se por um lado para mim foi fantástico porque me aumentou logo o equilíbrio, por outro acabou por tirar alguma da piada àqueles 30 minutos passados num complexo do Nirvana Studios.

Se não quero deixar de referir que fui sozinho (o Cara-Metade odeia este tipo de coisas) e acabei por ficar num grupo de pessoal que se foi conhecendo neste tipo de atividades e até me convidou para o grupo de WhatsApp, o que eu quero dar destaque é ao facto do DIE ter sido para mim mais intensamente erótico do que verdadeiramente assustador, o que paradoxalmente me deixa um bocadinho assustado. É que aparecerem do escuro e agarrarem-me pelo pescoço enquanto respiravam sofregamente para cima de mim deixou-me mais excitado do que aterrorizado. E apesar de haver pessoas a gritar de pânico por estarem a serem borrifadas com substâncias não identificadas, eu pessoalmente achei super refrescante, tipo férias num resort no México quando estás na piscina e os animadores vem-te dar tequila à boca. Bem sei que nesta fase do campeonato para me arrancarem um grito de terror só atirando-me com uma barata para cima, mas confesso que não estava à espera de descobrir este meu lado assim mais kinky ( terá sido um efeito secundário da operação?). Por isso pessoal do Projeto Casa Assombrada, se um dia o terror deixar de dar dinheiro, podem sempre começar a organizar outro tipo de festas em Lisboa. Eu não me importo de ir, apenas para fazer uma review honesta claro....

DIE - Projeto Casa Assombrada

 

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